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09 de Setembro, 2019

Assemae destaca expertise dos municípios em audiência

Assemae destaca expertise dos municípios em audiência

Na Câmara dos Deputados, entidade alertou para as premissas que devem ser consideradas pelo PL 3.261/2019.

A Assemae segue mobilizada para debater a construção do novo marco legal do saneamento básico, com o protagonismo dos serviços municipais do setor. Na quinta-feira, 05/09, o secretário executivo da entidade, Francisco Lopes, participou de audiência pública na Câmara dos Deputados, a convite da comissão especial responsável por analisar a matéria, destacando as experiências exitosas de saneamento municipal e as premissas que devem ser consideradas no processo de revisão do marco regulatório.

Segundo Francisco Lopes, o saneamento operado diretamente pelo município representa 25% do setor e atende cerca de 50 milhões de brasileiros. “São 1.501 municípios com sistemas autônomos de saneamento básico. Trata-se de uma parcela extremamente significativa, que está mais próxima da realidade local e coloca o cidadão no centro das políticas públicas”, acrescentou.

O secretário citou exemplos de municípios associados à Assemae com serviços de saneamento universalizados ou prestes a universalizar, incluindo cidades grandes e pequenas como Campinas (SP), Rondonópolis (MT), Novo Hamburgo (RS), Jaraguá do Sul (SC), Jaboticabal (SP) e Ibiporã (PR). “Essas experiências mostram a superação das dificuldades, a inovação, e a capacidade dos municípios brasileiros de gerir o saneamento básico da melhor forma possível”, frisou.

Em relação ao Projeto de Lei 3.261/2019, que pretende atualizar o marco legal do saneamento básico, Francisco Lopes ressaltou a importância de corrigir os pontos que prejudicam a autonomia dos municípios e podem trazer insegurança jurídica para o setor. “É preciso garantir a titularidade municipal no saneamento, conforme estabelece a Constituição Federal. Nos casos de regiões metropolitanas, temos o entendimento do STF, que pacifica a titularidade compartilhada entre estados e municípios”, alertou.

De acordo com Lopes, é fundamental que os deputados priorizem a atualização de dispositivos urgentes, como o fortalecimento da regulação por meio de consórcios intermunicipais e agências estaduais, a equidade entre as cláusulas dos contratos de programa e contratos de concessão, a desburocratização do acesso a financiamentos, o estímulo à melhoria da governança, a implantação de tarifas economicamente sustentáveis, e a criação de um fundo nacional para o saneamento.

A audiência foi uma iniciativa da comissão especial que analisa o Projeto de Lei 3.261/2019, presidida pelo deputado Evair Vieira de Melo (PP/ES). O relator é o deputado Geninho Zuliani (DEM/SP). A proposta de debater a atuação das companhias públicas de saneamento partiu dos parlamentares Joseildo Ramos (PT/BA), Geninho Zuliani (DEM/SP), Hugo Motta (Republicanos/PB) e Fernando Monteiro (PP/PE).

Além da Assemae, participaram representantes da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), da Associação Brasileira de Agências de Regulação (ABAR), e da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU).

Última modificação em Segunda, 09 Setembro 2019 16:11